sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ciclos Eustáticos

Eustasia caracteriza-se pela subida e descida universal do nível dos oceanos em função do aquecimento (épocas inter-glaciais) e arrefecimento (épocas glaciais) do clima terrestre, provocando a diminuição (degelo) ou o aumento das calotes polares, respectivamente.

Nas transições para épocas glaciais as linhas de costa tornam-se emergentes, o nível base de erosão é rebaixado, provocando um rejuvenescimento generalizado dos processos erosivos; já nos períodos interglaciares ocorre o contrário, formando-se muitos mares interiores, rasos e quentes além de submersão generalizada de linhas de costa. A causa principal dessas variações está relacionada a ciclos de variação da emissão de energia solar que atinge e aquece a terra. Outras causas, intrínsecas à Terra, afectam também o clima geral, somando-se ou contrapondo-se à principal: dispersão de energia térmica pelas correntes marinhas e aéreas que dependem da extensão dos mares e dos relevos dos continentes; efeito estufa devido ao CO2 despejado na atmosfera pelo desequilíbrio da fotossíntese em florestas tropicais e, recentemente, pelo homem com indústrias poluentes actuais, etc.



Fig.1 - Vários niveis de eustáticos




Fig. 2 - Variação dos níveis eustáticos no Oceano Atlântico e Pacifico

Bibliografia:

- www.dge.uem.br/geonotas/vol3-2/Meireles.html

- M. L. Dinis, Jorge; P. Cunha, Pedro; Variações do nível do mar - Mudanças Globais e Climatologia; pág. 3.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fácies

Fácies e utilizações

Termo geral para indicar o aspecto da rocha e, assim, caracterizar um tipo ou grupo de rochas em estudo. Sendo utilizado para:

- Caracterização de um tipo de rocha ou de uma associação de rochas, considerando qualquer aspecto genético, composicional, químico ou mineralógico, morfológico, estrutural ou textural distintivo para fins de referência num estudo geológico;
- tambem é usado para dar conotação ao tipo de ambiente onde se forma, onde se formou ou se transformou a rocha: fácies pelágicos; fácies vulcânicos; fácies metamórficos; fácies lacustrinos;
- Outros usos: vários fácies metamórficos (xisto verde, anfibolito, granulito, etc..) para caracterizar o metamorfismo; vários fácies sedimentares (fluvial, lacustrino, marinho, etc..) para caracterizar o ambiente de sedimentação; biofácies - indica aspecto biológico/fossilífero característico de um sedimento podendo, de acordo com o caso, marcar um nível cronoestratigráfico bem definido ou não.


Relacionando com o termo, fácies, temos a Lei de Walther

é o princípio de que as fácies que ocorrem em sucessões verticais concordantes também ocorrem em ambientes lateralmente adjacentes, isto é, numa sucessão vertical, uma passagem gradual entre duas fácies sugere que elas estão associadas, tendo sido geradas em ambientes de deposição lateralmente contíguos, ao passo que, um contacto abrupto ou erosivo pode indicar intervalos de não deposição ou mudanças significativas no ambiente de deposição.


exemplo da Lei de Walther



Sendo através do conhecimento de fácies, e dos termos da lei de Walther, que é possivel definir sequências de fácies. Isto é, é possivel conhecer os ambientes e as transformações ocorridas na crosta terrestre no passado geológico.


Bibliografia:

domingo, 19 de outubro de 2008

Processo Sedimentar

Como os outros dois reinos naturais, o animal e o vegetal, também o mineral está formado por corpos que se transformam. A crosta terrestre e parte do manto estão em constante mudança. As rochas que os constituem surgem com aspectos diferentes em épocas distintas, constituindo as diversas fases do denominado ciclo das rochas. Nesse processo, as rochas, junto com os minerais, são redistribuídas no interior do planeta e sobre sua superfície. No ciclo das rochas se distinguem três processos formadores de rochas: o magmático, o sedimentar e o metamórfico.


Processo Sedimentar

As rochas sedimentares derivam da consolidação de materiais incoerentes, originados por acumulação mecânica de fragmentos (sedimentos detríticos ou clásticos), pela precipitação química de dissoluções (sedimentos químicos) ou por atividade de organismos que fixam os sais aquáticos (sedimentos orgânicos).

O processo sedimentar inclui quatro fases: alteração, transporte, sedimentação e litificação. Os primeiros constituem o ciclo da erosão.


O material rochoso original altera-se (meteoriza-se) por meio de agentes atmosféricos e de organismos vivos (animais e vegetais). Sobre o mesmo forma-se um solo que também é constituido por restos orgânicos e é arrastado pela água da chuva ou transportado, de forma parcial, pelo vento.


O transporte pode ser realizado por diversos agentes como a água líquida ou glacial, o vento, a gravidade e os organismos vivos. Geralmente produz-se uma seleção do material, de acordo com as dimensões e o peso específico dos fragmentos rochosos e minerais. Os menores e mais leves poderão ser transportados mais longe que os grossos e pesados. A característica da rocha também pode influir. Uma rocha pouco compacta e solúvel, por exemplo, desagregar-se-á com mais facilidade que outra compacta e pouco solúvel, de forma que a primeira pode ser transportada para lugares mais distantes.


A terceira etapa do processo sedimentar consiste na acumulação do material erodido e transportado, o que pode acontecer num ambiente continental ou marinho. São sedimentos continentais as terras das encostas, as areias eólicas de zonas desérticas, os seixos, as areias fluviais, as lamas (sedimentos constituídos por partículas muito finas) e as argilas lacustres.


A fase final de todos os processos sedimentares é o de litificação, ou seja, a transformação de um sedimento incoerente numa rocha coerente. Isso pode ocorrer tanto por simples compactação como também por precipitação química de uma substância (denominada cimento) que liga ou cimenta os grãos detríticos. Essa fase complementa-se com a diagénese, uma recristalização parcial de alguns minerais, devido à pressão dos sedimentos sobrejacentes e à dissolução e transporte de alguns elementos feitos pela água circulante. Este processo geralmente leva à formação de rochas de composição bem particular (as dolomitas, por exemplo).

Ciclo Sedimentar

Bibliografia:

- http://fossil.uc.pt/imags/Ciclo%20sedimentar.jpg

- http://www.geocities.com/paulac_onofre/page13.htm

domingo, 12 de outubro de 2008

Unidades Bioestratigráficas

Unidades Estratigráficas, sao constituidaas por diversas sub-unidades:
- Unidades Litostratigráficas;
- Unidades Litodémicas;
- Unidades Aloestratigráficas;
- Unidades Pedoestratigráfica;
- Unidades Magnoestratigráficas.
- Unidades Bioestratigráficas.



Neste post abordar-se-á apenas as Unidades Bioestratigráficas.



Unidades Bioestratigráficas são definidas por um conjunto de camadas que contém tipos específicos de fósseis, preferencialmente contemporâneos à acumulação.
E dividem-se em:
- Acrozona;
- Zona de extensão vertical;
. simples
. concomitante
- Zona de Oppel
- Filozona;
- Zona de Acme;
- Zona de Intervalo.




Acrozona é uma subdivisão biostratigráfica que se utiliza para se referir à zona de duração de um táxon.


Zona de extensão vertical corresponde ao aos limites de uma zona de amplitude que correspondem ás ocorrências estratigráficas mais inferior e mais superior de um determinado táxon.

Zona de Oppel é um tipo de biozona que constitui um caso especial de zona de associação. É definida pelo primeiro ou último aparecimento de um determinado táxon associado a um táxon adicional.

Filozona é o conjunto de estractos que representa o intervalo de tempo que corresponde a um segmento de linhagem evolutiva. As filozonas são o meio mais confiável de correlação bioestratigráfica, uma vez que os seus limites são muito próximos dos limites das unidades cronoestratigráficas.

Zona de Acme é definida pelo conjunto de estratos nos quais abundância de um táxon particular é significativamente maior do que ao longo da secção. Frequentemente têm aplicação local e está mais associada a factores ambientais, o que não implica que não representa um marco temporal. Os limites de uma zona de acme ou abundância correspondem aos biohorizontes ao longo dos quais é verificada uma grande variação na abundância um ou mais táxons que caracterizam a zona.

Zona de intervalo, conjuntos de estratos entre dois biohorizontes especificados. Este tipo de zona é definido e identificado com base nos seus biohorizontes limitantes, isto é, a primeira e última ocorrência consecutivas de um dado táxon.

Bibliografia:

- http://www.funape.org.br/geomorfologia/cap2/2.22.gif

- Zerfass, Geise; Andrade, Edilma; http://209.85.135.104/search?q=cache:B7BSqeS_P5wJ:www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v3n1/TD3_foraminiferso%2520e%2520bioestratigrafia.pdf+biohorizonte+defini%C3%A7ao&hl=pt-PT&ct=clnk&cd=5&gl=pt; Pag. 6 a 9.

domingo, 5 de outubro de 2008

Principios Fundamentais da Estratigrafia


Existem 6 principios que tem de ser respeitados em Estratigrafia, começando por:


1. Princípio do Actualismo

O presente é a chave do passado.

Problemática, dificuldades de aplicação numa terra em condução permanente: mudanças na composição da atmosfera e da água dos oceanos; deriva continental e expansão oceânica, variação na velocidade de rotação da Terra e suas implicações na dinâmica da circulação atmosférica e nas zonas climáticas; variação do campo magnético e intervenção de fenómenos cósmicos; evolução nas condições de vida de alguns mecanismos. Em suma, há leis que nunca mudam!


Principio do Actualismo





2. Princípio da Sobreposição

Em condições normais, toda a camada sobreposta a outra é mais moderna do que ela.

Este princípio pode ser aplicado em depósitos sedimentares formados por acresção vertical, mas não naqueles em que a acresção é lateral: terraços, filões camadas, depósitos enchendo cavidades cárcicas, deformações metamórficas.

É válido para rochas sedimentares e rochas vulcânicas que se formam por acumulação vertical de material, mas não pode ser aplicado a rochas intrusivas e deve ser aplicado com cautela às rochas metamórficas.

Necessidades de recorrer a critérios de polaridade:
- Organismos em posição devida;
- Marcas de raízes;
- Icnofósseis;
- Granotriagem;
- Figuras geopéticas;
- Figuras sedimentares;
- Análise microtectónica.


3. Princípio da relação intrusão - fractura

O corpo rochoso intrusivo e a falha são mais modernas que as rochas atravessadas ou fracturadas. A intrusão é sempre posterior às rochas que atravessa, assim como os filões (ou dique) que cortam as camadas.



Intersecção




4. Princípio da horizontalidade original

Os sedimentos são sempre depositados em camadas horizontais. O fenómeno geológico que altera a horizontalidade é sempre posterior à sedimentação.



Deposição horizontal




5. Princípio da continuidade lateral

Uma camada tem a mesma idade em todos os seus pontos, o que implica que os limites inferior e superior de uma camada representam superfícies isócronas. Importante por permitir correlacionar observações praticadas em locais diferentes, completa o princípio da sobreposição na medida em que possibilita a extensão lateral das observações na mesma bacia sedimentar. Dificuldades de aplicação, sobretudo em regiões de climas húmidos ou muito urbanizadas. Valido à escala local, às vezes regional.

Como reconhecer a mesma camada em diferentes locais? Muitas vezes foram tomadas por sincrónicos estratos semelhantes do ponto de vista litológico mas, na verdade, com idades diferentes. Caso clássico é o dos “Old Red Sandstones” devónicos e dos “New Red Sandstones” Pérmico; houve convergência de condições de formação com resultados sedimentológicos muito semelhantes. É, portanto necessário recorrer a outros critérios.


Discordância




6. Principio da identidade paleontológica

Os estratos com o mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade.Os fosseis estratigráficos ou “bons fósseis” ou fósseis característicos caracterizados por:
- Rápida evolução, ou seja, curta longevidade;
- Vasta repartição geográfica;
- Ocorrência frequente;
- Identificação simples.



Correlação
Limitações e problemas inerentes à distribuição dos seres vivos. Factores condicionantes: temperatura, profundidade, salinidade, correntes, tipos de fundo, factores geográficos.


E é através destes princípios que se identifica a idade das rochas.



Bibliografia:

Ricardo, Nelson; Principios Fundamentais da Estratigrafia -http://nelson.awardspace.com/index.php?option=com_content&task=view&id=17&Itemid=63

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Estratigrafia e o Tempo Geológico

Estratigrafia define-se pelo estudo da sucessão, no tempo e no espaço, e da representatividade horizontal e vertical das camadas e sequências de rochas de uma região, procurando determinar os acontecimentos, os processos e os ambientes geológicos, como por exemplo, a determinação de fases de erosão ou de ausências de deposição.

Tem como objectivo organizar o conhecimento geológico através da caracterização de unidades estratigráficas estabelecendo correlações geológicas entre regiões diferentes e servir de fundamento para o estabelecimento da história da evolução geológica local, regional e mundial.

Apesar de o nome se referir especificamente a rochas estratificadas e estratigrafia tem significado bem mais amplo, pois envolve a determinação da sucessão geral das rochas de uma região, incluindo acontecimentos que modificaram a forma e a natureza das mesmas, tais como: tectonismo e metamorfismo das rochas.



Afloramento


Quanto ao tempo geológico representa a linha do tempo desde o presente até a formação da Terra, dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos geológicos da história do planeta.

Embora devesse servir de marco cronológico absoluto à Geologia, não há concordância entre cientistas quanto aos nomes e limites de suas divisões.
A versão aqui apresentada baseia-se na edição de 2004 do Quadro Estratigráfico Internacional da Comissão Internacional sobre Estratigrafia da União Internacional de Ciências Geológicas.


A Linha de Tempo




Notas:

- A escala de tempo geológica é distorcida, ampliando-se em direção ao presente. Isso se dá, em parte, porque há mais informações nas camadas de rochas recentes, que assim requerem estudos mais detalhados. Mas também porque, quando se estuda o passado, tende-se a sobrevalorizar o que está mais próximo do presente.

- As datas são aproximadas, devido à incerteza da datação radiométrica e ao problema de que os depósitos nem sempre são examinados no lugar apropriado da camada geológica que se deseja datar. Os limites de algumas divisões mais antigas ainda carecem de definição.





Bibliografia:


http://farm2.static.flickr.com/1035/748489524_d33f12b747.jpg?v=0
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_tempo_geol%C3%B3gico#Linha_do_Tempo